Depois do câncer de pele não melanoma, o câncer de mama é o segundo mais comum entre mulheres no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença leva a 458 mil mortes anuais. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) calcula que, no Brasil, a cada 100 mil mulheres, 56 sofrem do problema, e o estima, para 2018, quase 60 mil novos casos no país.
A situação é preocupante e exige medidas constantes de esclarecimento da população, na tentativa de reduzir essas estatísticas. Por isso, a mastologista do Instituto de Medicina e Diagnóstico (InMed), Dra. Taina Perdigão, mostra os perigos reais e as medidas que podem ser tomadas para evitá-lo.
Fatores de risco – Toda mulher pode ter a doença, porém existem fatores considerados de risco que favorecem o desenvolvimento do tumor. Veja alguns:
- Histórico familiar: o fato de parentes próximos (1º grau) terem tido a doença aumenta as chances de desenvolvê-lo;
- Alteração genética: alguns de nossos genes têm orientações para direcionar o crescimento e a divisão das células. A interferência na transmissão de informações sobre essas atividades pode resultar em uma multiplicação celular desordenada e, consequentemente, na formação de tumores. Com isso, as células normais tornam-se cancerosas.
- Sedentarismo e obesidade: o tecido adiposo é constituído por óleos, gordura e hormônios, entre eles o estrogênio, que pode provocar falhas na multiplicação das células;
- Menarca precoce: o ciclo menstrual leva a variações hormonais e, como resultado, a uma espécie de “pane” na multiplicação celular e ao surgimento do câncer. Por isso, quanto mais cedo ocorre a primeira menstruação, maior é a exposição a essas condições;
- Histórico de gravidez e amamentação: nessas duas fases da vida, a menstruação fica suspensa. Quanto menos a mulher engravida e amamenta, mais fica exposta ao ciclo menstrual, podendo levar a possíveis alterações hormonais.
Na lista de fatores favoráveis estão também os de origem ambiental, emocional, além do tabagismo, consumo de álcool e drogas.
Sinais e sintomas – Boa parte dos casos é assintomático. Isso representa um perigo, já que somente com o avançar da doença há sinalização da presença da patologia. Os mais frequentes são:
– vermelhidão, inchaço e sensação de calor na pele;
– pele enrugada e retraída, semelhante a uma casca de laranja;
– coceira;
– alteração no formato dos mamilos e das mamas;
– caroço fixo na axila;
– secreção escura saindo do mamilo (pode haver sangue);
– feridas que demoram a cicatrizar.
Diagnóstico – A descoberta do tumor na fase inicial faz toda a diferença nas respostas oferecidas pelo tratamento. Sabe-se que o diagnóstico feito nos estágios 0 e 1, quando o tumor tem menos de 2 cm, permite chances de cura superiores a 90%. O percentual cai para 60% nas fases seguintes.
E como descobrir? Primeiro, fique atenta ao corpo. O autoexame consiste em manter o braço atrás de cabeça e apalpar a mama, mamilo e axila. Ele deve ser feito pelo menos uma vez por mês, entre o 7º e o 10º dia, a partir do 1º dia da menstruação, com o objetivo de perceber a presença de nódulos ou secreção.
No entanto, o autoexame por si só não é suficiente. O ideal é realizar a mamografia, exame de imagem mais indicado para detectar lesões e alterações não palpáveis e nem perceptíveis aos olhos. A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda que a primeira avaliação seja a partir dos 40 anos, e antes desta idade quando houver histórico familiar. O procedimento deve ser feito anualmente.
Além disso, o médico pode também solicitar uma biópsia para saber com exatidão o tipo do câncer e sua localização.
Tratamento – Existem vários tipos de tratamento, que podem ser usados de forma isolada e combinada. A escolha vai depender do diagnóstico, visto que é preciso ter todas as informações sobre o caso para decidir qual a melhor maneira de combater o tumor. Qual o tipo de câncer? Tamanho? Ele está localizado ou generalizado? É importante também ter ideia dos fatores de risco que aumentaram a probabilidade da paciente ter desenvolvido a doença.
Normalmente, o tratamento é cirúrgico. A mastectomia, ou seja, retirada da mama, pode ser parcial ou total. Nos tipos de câncer em estágios avançados, a quimioterapia, a radioterapia e o bloqueio hormonal estão entre as opções.
Prevenção – Falta muita informação e cuidado. A realidade nos consultórios de mastologia mostra que muitos casos diagnosticados tardiamente poderiam ter sido descobertos quando a doença ainda estava no começo. Isso evitaria o uso de procedimentos mais agressivos como a retirada total da mama. Além disso, contribuiria para a sobrevida e a possibilidade de cura.
Assim, faça seu controle mamário uma vez por ano. Basta marcar uma consulta com o mastologista, o profissional mais preparado para fazer a avaliação, solicitar os exames necessários e dar o diagnóstico correto.
Saiba mais sobre a Dra. Taina Perdigão
Natural do Rio de Janeiro. A Dra. Taina Perdigão é especializada em Cirurgia Geral pelo Hospital Universitário Pedro Ernesto (RJ). No currículo traz ainda pós-graduação em Mastologia pelo Hospital Central do Exército.
É chefe do Serviço de Mastologia do Hospital das Forças Armadas e integra o corpo clínico do Instituto de Medicina e Diagnóstico (InMeD).
Facebook: Taina Perdigão
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O Instituto de Medicina e Diagnóstico conta com equipes de diversas áreas de atuação médica e em 14 especialidades. Isso representa um atendimento completo, no qual os profissionais realizam consultas, exames complementares e procedimentos voltados tanto ao diagnóstico quanto ao tratamento.
O InMeD foi fundado em 2008 e funciona no Recanto das Emas. O Instituto é considerado um centro clínico que oferece ambiente amplo e confortável para atender o paciente de forma responsável e humanizada.
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