COVID-19 e os Grupos de Risco

A pandemia da COVID-19, causada pelo novo coronavírus, tem assustado e mudado a vida e a rotina de milhões de pessoas em todo o mundo. Em países como Itália, Espanha e Estados Unidos, onde o pico da doença iniciou há poucas semanas, o número de casos são elevados e a mortalidade tem aumentado de forma assustadora.

Em todos os países, sabe-se que os casos mais graves e a maior mortalidade acontecem nas pessoas que fazem parte dos grupos de risco. A grande maioria das pessoas que adquirem o vírus apresentam-se assintomáticas ou com sintomas leves, sem nenhuma necessidade de hospitalização. Por isso, é importante o isolamento ou distanciamento social, já que, na maioria dos casos, não se sabe quem é o portador do vírus.

Quem está no grupo de risco? Por que a infecção pode ser mais grave nesse grupo?

Primeiro, é necessário entender que fazer parte do grupo de risco não significa ter “mais risco de adquirir a COVID-19 “. Nesse caso, ao ter a infecção, a evolução será mais rápida e grave. Grupos de risco englobam as pessoas idosas, os portadores de doenças crônicas, ou aqueles em uso de medicamentos que diminuem a imunidade. As doenças crônicas mais associadas ao risco de gravidade por infecção pela COVID-19 citadas nos primeiros trabalhos científicos, e que se mantem até dias atuais, são: hipertensão arterial (HAS), diabetes mellitus e doenças respiratórias crônicas, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Obesidade, cardiopatias, tabagismo e as doenças em que os tratamentos podem causar imunodepressão como lúpus e o câncer, também fazem parte do grupo de risco para agravamento dos casos.

HAS e diabetes são doenças que causam diminuição da resposta imunológica do corpo a processos infecciosos de qualquer natureza, principalmente se estiverem fora das metas de controle. As pessoas idosas têm uma resposta imunológica diminuída pelo processo natural do envelhecimento. As doenças respiratórias crônicas, bem como o tabagismo, tornam a resposta de defesa do pulmão enfraquecida diante da infecção pelo novo coronavírus, propiciando a instalação de quadros respiratórios mais graves.

O isolamento social é de extrema importância nesse grupo de pessoas, seguindo as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), para evitar ao máximo a exposição ao novo coronavírus.  No entanto, vale lembrar que as pessoas mais jovens que convivem com indivíduos dos grupos de risco devem se atentar às medidas de higiene e segui-las de forma sistemática, a fim de protegê-los do risco de contaminação. Vale ressaltar que a maioria dos casos são assintomáticos, mas mantêm a transmissão ativa do vírus.

Nesse momento, é essencial que as pessoas portadoras de alguma doença crônica mantenham o uso regular e contínuo das suas medicações. Com a orientação de não sair de casa, as consultas presenciais são desaconselhadas. No entanto, muitos médicos e clínicas abriram outros canais de atendimento a distância, como a telemedicina, liberada pelo Conselho Federal de Medicina nesse período de pandemia da COVID-19. Manter contato com o médico assistente na periodicidade estabelecida através desses novos canais de atendimento, ou em qualquer momento em que apareça algum sinal de que a doença está fora de controle, é fundamental para receber orientações e ajustes no tratamento. Assim, é possível diminuir a necessidade de buscar assistência em serviços de emergência.

Outras medidas que podem ajudar a reduzir riscos nesse grupo de pessoas é ter uma alimentação saudável, tentar se manter em movimento de alguma forma, dormir bem e realizar atividades que possam manter a mente sempre ativa e em equilíbrio.

Como última mensagem, lembrar que isolamento ou distanciamento social não significa isolamento de comunicação. Os idosos, em sua maioria, já estão suscetíveis à solidão, podem aumentar o risco de quadros depressivos e, consequentemente, adoecimento físico e queda da imunidade.  Por isso, é importante que familiares e amigos mantenham sempre contato por ligações telefônicas ou videochamadas. Nesse período de pandemia, em que ficar longe das pessoas de grupo de risco é uma prova de amor, não podemos esquecer de demonstrá-lo e reforçá-lo de outras formas também.

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